sexta-feira, 11 de março de 2011

Vendas de discos 2010


O Mesmo de Sempre - Tony Carreira
Discos mais vendidos em 2010
1 - O Mesmo de Sempre - Tony Carreira
2 - Morangos Com Açúcar (Vive O Teu Talento) - Banda Sonora (Farol)
3 - Dois Selos E Um Carimbo - Deolinda
4 - Viver A Vida (Internacional) - Banda Sonora (Vidisco)
5 - The Fame - Lady Gaga
6 - The E.N.D. - Black Eyed Peas
7 - Anual Mix Summer 2010 - Vários (Vidisco)
8 - Anual Mix 2010 (Mixed By DJ Fernando) - Vários (Vidisco)
9 - Longe - Pedro Abrunhosa & Comite Caviar
10 - Crazy Love - Michael Bublé
11 - Canção Ao Lado - Deolinda
12 - The Resistance - Muse
13 - Viver A Vida - Banda Sonora (Vidisco)
14 - Leva-Me Aos Fados - Ana Moura
15 - Morangos Com Açúcar (Escola de Talentos) - Banda Sonora (Farol)
16 - My World - Justin Bieber
17 - Toda A Escolinha de Música - Escolinha de Música
18 - Now 22 - Vários (EMI/Sony/Universal)
19 - O Melhor de Beto - Beto
20 - Morangos Com Açúcar (Escola de Talentos 3) - Banda Sonora (Farol)
21 - Greatest Hits - Bon Jovi
22 - Sale El Sol - Shakira
23 - Project - D'ZRT
24 - The Element Of Freedom - Alicia Keys
25 - Fado Tradicional - Mariza
26 - Morangos Com Açúcar Vol. 12 - Banda Sonora (Farol)
27 - O Coliseu - João Pedro Pais
28 - Now 21 - Vários (Universal/Sony/EMI)
29 - Anos 80 - Vários (Vidisco)
30 - Também Eu - Leandro
31 - Ao Vivo No Coliseu de Lisboa - Mickael Carreira
32 - Rua da Saudade - Rua da Saudade
33 - Terra - Mariza
34 - O Homem Que Sou - Tony Carreira
35 - Perfil - Paulo Gonzo
36 - Amália Hoje - Hoje
37 - Ministry Of Sound The Annual 2010 - Vários (Vidisco/Farol)
38 - Amália Hoje Ao Vivo No Coliseu - Hoje
39 - Orbital Mix 6 Mixed By DJ Fernando - Vários (Vidisco)
40 - Now 23 - Vários (Sony/EMI/Universal)
41 - Pai da Criança - Chave D'Ouro
42 - Lua Vermelha - Banda Sonora (Iplay)
43 - Caribe Mix 2010 - Vários (Vidisco)
44 - Can't Be Tamed - Miley Cyrus
45 - Três Cantos Ao Vivo - José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto
46 - Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti - Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti
47 - I Am Sasha Fierce - Beyoncé
48 - One Love - David Guetta
49 - Luar - Rita Guerra
50 - Best Of Dance Beats You… - Vários (Vidisco)

Discos que ocuparam os primeiros lugares ao longo do ano de 2010

3--Project - DZRT [3#1]
4--The E.N.D. - Black Eyed Peas [4#1]
I AM Sasha Fierce - Beyoncé [#2]
Perfil - Paulo Gonzo [#3]
1--Soldier Of Love - Sade [1#1]
4--Luar - Rita Guerra [4#1]
Vinicius de Moraes - Vinicius de Moraes [#3]
1--Façam O Favor de Ser Felizes - Raul Solnado [1#1]
1--Em Fuga - Tiago Bettencourt & Mantha [1#1]
2--Sticky & Sweet - Madonna [2#1]
My World - Justin Bieber [#2]
2--Longe - Pedro Abrunhosa [2#1]
4--Dois Selos e Um Carimbo - Deolinda [4#1]
Toda a Escolinha de Música - Escolinha de Música [#2]
Pesadelo Em Peluche - Mão Morta [#3]
1--Amália Hoje Ao Vivo - Hoje [1#1]
Duetos - Ivete Sangalo [#3]
3--Ao Vivo No Coliseu de Lisboa - Mikael Carreira [3#1]
Lights & Darks - Rita Redshoes [#2]
4--Can't Be Tamed - Miley Cyrus [4#1]
2--Symphonicities - Sting [2#1]
Resistance - The Muse [#2]
1--The Suburbs - Arcade Fire [1#1]
1--Pai da Criança - Chave d'Ouro [1#1]
1--The Final Frontier - Iron Maiden [1#1]
4--O Melhor de Beto - Beto [4#1]
The Fame - Lady GaGa [#3]
1--A Thousand Suns - Linkin Park [1#1]
Songs From The Road - Leonard Cohen [#4]
2--Do Amor e dos Dias - Camané [2#1]
1--O Coliseu - João Pedro Pais [1#1]
Guitar Heaven - Santana [#3]
2--Sale El Sol - Shakira [2#1]
Come Around Sundown - Kings Of Leon [#3]
In And Out Of … - Robin Williams [#4]
3--Greatest Hits - Bon Jovi [3#1]
Crazy Love - Michael Bublé [#5]
Carlos do Carmo & Bernardo Sassetti - Carlos do Carmo & Bernardo Sassetti [#2]
Ao Vivo No Coliseu de Lisboa - Leandro [#4]
5--O Mesmo de Sempre - Tony Carreira [5#1]
Fado Tradicional - Mariza [#2]

Galardões

- Três Platinas

O Mesmo de Sempre - Tony Carreira

- 2 Platinas

Morangos Com Açúcar Vive O Teu Talento - Banda Sonora (Farol)

- Platina

The E.N.D. - Black Eye Peas
Viver A Vida Internacional - Banda Sonora (Som Livre/Vidisco)
Pai da Criança - Chave d'Ouro
O Melhor de Beto - Beto
The Fame - Lady GaGa
Crazy Love - Michael Bublé
Dois Selos e Um Carimbo - Deolinda
Fado Tradicional - Mariza

--

Editado pela Farol, "O Mesmo de Sempre" de Tony Carreira obteve já três discos de platina e um de ouro, equivalente a 70 mil exemplares vendidos. Tony Carreira que foi o artista que mais vendeu em 2008, volta a liderar as vendas, depois de em 2009 ter sido destronado pelo grupo Hoje.

O trio da frente da tabela anual de vendas divulgada hoje pela AFP inclui ainda "Dois Selos e um Carimbo", dos Deolinda, editado pela EMI, em terceiro lugar.

O quarto lugar é ocupado pela banda sonora "Viver a Vida – Internacional", da Vidisco, e no quinto lugar surge Lady Gaga com "The Fame", da editora discográfica Universal Music.

No sexto lugar colocou-se o álbum "The E.N.D. (The Energy Never Dies)", dos Black Eyed Peas, da Universal Music.

Em sétimo está o álbum "Anual Mix Summer 2010", logo seguido por "Anual Mix 2010 – Mixed by DJ Fernando", ambos da Vidisco.

"Longe", de Pedro Abrunhosa & Comité Caviar, com a chancela da Universal Music, é o nono classificado, e "Crazy Love", do canadiano Michael Bublé, editado pela Warner Music, é o décimo.

Nos 50 álbuns, cerca de metade são de artistas nacionais com Tony Carreira, Mariza, os Hoje e os Deolinda a bisarem a presença.

O líder da tabela, Tony Carreira, marca também presença no 34.º lugar com "O Homem Que Sou". Quanto os outros "repetentes" da tabela, Mariza ocupa o 25.º lugar com "Fado Tradicional", editado no final do ano, e o 33.º com "Terra".

Além de "Dois Selos e Um Carimbo", no 3.º posto, os Deolinda com "Canção ao Lado" ocupam também o 11.º.

Os Hoje ocupam o 36.º e o 38.º lugares, respetivamente com "Amália Hoje" (o disco que foi o mais vendido em 2009) e "Amália Hoje – Ao Vivo no Coliseus dos Recreios".

Numa tabela em que estão ausentes artistas de outros países de Língua Portuguesa, como Brasil, Angola e Cabo Verde, entre os portugueses refira-se a presença de Beto, falecido a 23 de maio do ano passado, com o álbum "O melhor de Beto" no 19.º lugar.

Tony Carreira é também o campeão em discos de platina alcançados, com o álbum "O Homem Que Sou", editado pela Farol distinguido com sete platinas.

Em termos de galardões, o intérprete é seguido de perto por Mariza, com os reeditados álbuns "Fado em Mim" (2002) e "Fado Curvo" (2003), com seis platinas cada.

Destak/Lusa, 07/01/2011


Venda de música em Portugal volta a cair

 
As vendas de música em Portugal revelaram uma nova descida de facturação de 18 por cento no ano passado, menos dois milhões de euros, comparando com 2009, segundo dados da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP), escreve a agência Lusa.

De acordo com o levantamento de mercado que a AFP realiza anualmente, as editoras discográficas facturaram no ano passado 30,4 milhões de euros com a venda de música em formato físico e digital, através vendas de CD, vinis e descarregamentos pagos pela Internet.

Em 2009 esta facturação tinha atingido os 32,8 milhões de euros, contra 39,9 milhões de euros em 2008 e 44,5 milhões de euros em 2007. Estes números revelam uma perda consecutiva nos últimos anos.

Do total facturado em 2010, 25,4 milhões de euros são relativos à venda de álbuns, correspondente a pouco mais de 5 milhões de exemplares (menos 571 mil do que em 2010).

O segmento que registou uma ligeira subida foi o do vinil, mais 3.991 unidades vendidas que no ano passado, em que duplicaram as vendas relativamente a 2009. Em 2010 foram comprados 14.127 vinis contra 10.136 em 2009.

No que toca ao mercado digital, que entre 2008 e 2009 registou uma quebra de 26 por cento - a única registada no mercado comunitário europeu e mercado associado - voltou a descer 11,3 por cento em 2010, segundo os dados da AFP.

Relativamente a repertórios, a venda dos artistas nacionais é ligeiramente superior aos internacionais, respectivamente, 35,5 por cento e 34,6 por cento do total vendido. Em terceiro lugar surgem as compilações (27,3 por cento) e em quarto o repertório clássico (2,44 por cento).

A Universal Music volta a ser a editora que mais facturou com as vendas de música, com uma quota de 24,2 por cento do mercado nacional.

À Universal segue-se a Farol (16,3 por cento) e em terceiro a Sony Music (15,9 por cento), seguida de muito perto pela EMI Music (15,2 por cento).

Vidisco (11,8 por cento), Espacial (8,1 por cento), iPlay (6,0 por cento), Warner Music (1,3 por cento) e Ovação (0,8 por cento) dividem o restante mercado.

TVI24/Lusa, 11/03/2011

'Panda vai à escola' lidera as vendas de 2010

“Panda Vai à Escola – Volume 2” lidera a tabela, logo seguido pelo DVD “U2 360 at The Rose Bowl”, dos U2, e em terceiro “Panda Vai à escola – Volume 3”, todos editados pela Universal Music.

No quarto posto ficou “Panda vai à Escola” e no quinto “Estádio do Restelo 2009”, dos Xutos & Pontapés, ambos com a chancela da Universal Music.

Nos 50 mais discos vendidos entre DVD em nome próprio e de vários intérpretes, 28 são portugueses, e entre estes a maioria é de músicas infantis.

Além dos 1.º, 3.º e 4º lugares, a série “Panda Vai Escola” ocupa ainda o 6.º com “O Espetáculo ao vivo” (Festival Panda) e o 43.º posto com “Festival Panda – O Espetáculo ao vivo”. A tabela integra também vários volumes das séries “Carochinha”, “Músicas Infantis”, “Caixinha de Sonhos”, “Jardim de Infância” e o DVD “Bebé Lilly”, no 8.º e Serafim e Companhia com “Brincar a Vida Inteira” no 13.º lugar.

O DVD “Ruca uma aventura no Campo” colocou-se em 16.º, logo seguido por “Músicas Infantis”, do Coral Infantil de Setúbal (17.º lugar), e “Vem Brincar com o Gombby” no 38.º.

Entre os infantis registe-se ainda "A todos um Bom Natal”, de vários artistas, no 12.º posto, Os Pintainhos com o DVD “Há Festa na Quinta”, em 33.º lugar, e “Escolinha da Música 2”, no 34.º posto.

O violinista francês André Rieu é o único que ocupa três posições na tabela: no 14.º posto com “A Midsummer Night’s Dream – Live in Maastricht”, no 26.º com “Live in Mastricht 3” e no 44.º com “I Lost My Heart in Heidelberg”, segundo a AFP.

Entre os 50 DVD, alguns artistas bisam presença, caso de Mariza com “Terra em Concerto” (10º) e “Concerto em Lisboa” (25.º) e da brasileira Ivete Sangalo com “Duetos” (28.º) e “Ao vivo no Madison Square Garden” (45.º).

Além de Ivete, a outra presença brasileira é de Alexandre Pires no 41.º posto com “Em Casa ao Vivo”.

Entre os portugueses, Tony Carreira que foi o artista que mais CD vendeu em 2010 com o álbum “O mesmo de sempre”, surge em 49.º na tabela de DVD com “Tony Carreira ao Vivo no Pavilhão Atlântico”.

Outros portugueses que marcam presença entre os 50 DVD mais vendidos são José Cid com “Ao vivo no Campo Pequeno” (20.º), as Just Girls com “Ao Vivo no Campo Pequeno” (30.º), e André Sardet em 46.º com “Mundo de Cartão ao Vivo”.

Madonna com “Celebration – The Vídeo Collection” fecha os primeiros 50 mais vendidos no ano passado, uma tabela que entre os artistas estrangeiros integra ainda Tokio Hotel no 48.º com “Humanoid City Live”, Nirvana no 47.º com “Live at Reading”, Pink Floyd com “P.U.L.S.E.” (42.º), e o DVD “Tour of The Universe? Barcelona 20/21.1” dos Depeche Mode no 40.º posto.

“Live in Bucarest” de Michael Jackson ficou no 35.º lugar, “Greastest Hits” dos Bon Jovi em 29.º e os Dire Straits em 9.º com “Alchemy Live”.

Destak/Lusa, 07/11/2011

terça-feira, 8 de março de 2011

Os novos piratas da música

As vendas oficiais de discos começam a cair. Editores e autores recorrem à lei para neutralizar as cópias e os downloads ilegais, mas os marketers podem ser uma chave fundamental nesta batalha. Promover singles torna-se imperativo

Porque é que nunca mais houve um Stevie Wonder a liderar os tops durante mais de um ano? Porque é que grandes fenómenos como os Anjos não vendem metade do que venderam os Silence 4? Porque é que de repente reapareceu uma tabela de singles?

As cópias ilegais de CDs e os downloads da internet respondem a estas questões. Até ao ano passado, quando aparecia um sucesso na música, as editoras enchiam os cofres durante largas semanas. Agora, é apenas na primeira semana que tudo se joga, principalmente se, os maiores fãs são jovens. A partir daí, as cópias ilegais multiplicam-se. O consumidor continua a adquirir esses sucessos mas as editoras já não entram no jogo.

Portugal ainda não dispõe de números oficias sobre as gravações de CDs mas os dados disponíveis apontam para vendas de CDRs (Compact Disc Recordable) na ordem dos 5 milhões por ano, dos quais 2,5 milhões se destinam a gravações ilícitas. Este fenómeno, em conjunto com as cópias ilegais via internet, levou a que as vendas de discos em Portugal caíssem 1,64%, de 1998 para 1999.


De acordo com dados da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) esta foi a primeira vez, desde os últimos 10 anos, que o sector registou uma quebra. Pelo contrário, o mercado registava até aqui crescimentos na ordem dos 15% ao ano. De acordo com Eduardo Simões, director geral desta associação, a quebra face a 1998 tende a manter-se também este ano e representa muito mais do que aparenta. O responsável explica que este decréscimo significa uma perda de ritmo de crescimento, pelo que «no fundo, os 1,64% representam uma quebra de 11 a 13%».

O regresso dos singles

Para fazer face a esta situação, surgem diversas soluções nas quais o marketing assume um papel de relevo, ao lado da legislação e da tecnologia. Embora possa parecer paradoxal, as editoras esforçam-se por promover a distribuição discográfica (legal) na internet. Para tal, celebram acordos com sites de música, entram nos capitais dessas empresas e unem-se para definir leis e regras que reequilibrem o mercado. A promoção do comércio de singles é também uma boa aposta para abrir o caminho da internet às editoras. Esta é uma ferramenta duplamente importante no desenvolvimento do sector. Por um lado, abre caminho para a entrada das editoras no comércio electrónico, que segundo os protagonistas, vive muito da venda faixa a faixa. Por outro, poderá desincentivar a prática dos downloads ilegais (aqueles em que não há quaisquer pagamentos aos autores ou aos proprietários dos direitos). Como comprova um recente estudo do site britânico especializado em música, www.dotmusic.com, há quem opte por tirar da internet apenas uma ou duas músicas de um álbum inteiro porque apenas são essas que o atraem. Havendo uma razoável oferta de singles, o download ilegal poderá diminuir consideravelmente, até porque é mais prático comprar um CD numa discoteca do que esperar longos minutos pela transferência da música para o computador.

Não alheio a esta realidade, o mercado nacional recuperou no mês passado a tabela de singles, após seis anos de ausência. Como explica o director geral da AFP, «este é um factor importantíssimo para relançar este mercado» e espera-se que dentro de alguns anos o mercado dos singles esteja dinamizado, o que não acontece desde 1993.

O director de marketing da EMI-Valentim de Carvalho, João Teixeira, defende que a batalha contra a pirataria «é demasiado grande para que as empresas ajam individualmente». Nesta perspectiva, o responsável justifica que não é com maiores investimentos publicitários por parte de cada empresa que se consegue vencer. No caso da EMI-VC, esta editora tem-se unido a inúmeros sites, como o liquidaudio.com e o musicmaker.com, entre outros, tendo disponibilizado para venda no passado mês de Julho cerca de 200 singles e de 100 álbuns.

Para ajudar a resolver este problema, o Ministério da Cultura está a preparar uma campanha de publicidade que deverá ser lançada no início do ano lectivo e que visa sensibilizar, para além dos ‘piratas’ em geral, os responsáveis dos departamentos audiovisuais dos estabelecimentos de ensino. É que as escolas, bem como algumas empresas que dispõem de gravadores de CDs estão-se a tornar verdadeiros centros de reprodução de CDs ilegais. Mesmo assim, o grande problema não está nas gravações domésticas mas na proliferação de verdadeiros piratas. Até à data havia meia dúzia destes indivíduos. Agora, dados os baixos custos de reprodução e a acessibilidade ao negócio, os focos multiplicaram-se e torna-se cada vez mais difícil a sua identificação. A fiscalização em locais de grande tráfego, como as feiras, vai no entanto sendo cada vez mais apertadas, aumentando as probabilidades de maiores apreensões.

Quadro legal caótico

Nos Estados Unidos, um dos sites mais fustigado pelas autoridades tem sido o mp3.com que recentemente, após uma sentença que o obrigava ao pagamento de indemnizações na ordem dos 20 milhões de dólares, chegou a acordo com a Warner Music e a BMG no sentido de lhes pagar uma percentagem por música distribuída online. Por cá, a AFP já começou a enveredar pelo mesmo caminho. De acordo com Eduardo Simões, já foram apresentadas queixas-crime contra dois sites portugueses, ao abrigo do código dos direitos de autor. O que se pretende é o encerramento de todos os sites que distribuam música ilegalmente e que estes avancem com as respectivas indemnizações.

Todavia, esta é sempre uma questão difícil porque como o próprio classifica, ao nível de cópias por internet «o quadro legal está o caos». Já no caso dos CDRs existe uma legislação completa. Relativamente aos acordos entre editoras e sites deste género, o responsável mostrou-se reticente. «O sistema norte-americano é diferente do europeu e há que realçar que os donos dos reportórios são as editoras e não os reprodutores por isso são elas que têm de decidir sobre o momento dos lançamentos e sobre os seus objectivos», salienta.

Outro tipo de solução, de ordem tecnológica, passa pelo SDMI (Secure Digital Music Interactive), um consórcio de editoras e empresas de tecnologia que tem como objectivo desenvolver meios de proteger a música contra a pirataria. Numa primeira fase irá intervir ao nível das gravações e dos aparelhos MP3 portáteis e mais tarde ao nível dos próprios discos que passarão a ter dispositivos anti-gravação.

No que diz respeito a legislação sobre internet, aguarda-se neste momento que os países da União Europeia – onde as quebras de vendas atingem uma média de 3% – ratifiquem os tratados da OMPI (Organização Mundial para a Propriedade Intelectual). Apesar do avanço deste processo não depender neste momento do governo português, a AFP acusa o executivo da «neutralidade» com que agiu enquanto esteve na presidência europeia. «Não ajudou em nada, o que só favorece os interesses dos grandes operadores de telecomunicações que também beneficiam com a utilização da internet», reclama Eduardo Simões. Perante este cenário, o porta voz da indústria discográfica nacional confessa que «estamos obviamente preocupados mas não em pânico. Temos confiança nos meios de que dispomos». Agora, há que dar largas à imaginação e, contra os piratas, lutar, lutar.

Marisa Moura / Marketing & Publicidade, Setembro de 2000

sexta-feira, 4 de março de 2011

O ano de 1969

1969 foi marcado pela investigação que as Actividades Económicas conduziram contra o Mercado Discográfico, acusado de manter os preços artificialmente altos.

Texto de David Ferreira sobre Com Que Voz de Amália

No site sobre Arnaldo Trindade estão disponíveis dois recortes de 1969: revista Record Retailer de 13/12/1969 e revista Billboard de de 20/12/1969. O motivo foi a primeira convenção realizada pela empresa que incluiu a presença de artistas da editora Pye (Foundations, Consortium e Long John Baldry) e os portugueses Tonicha, Adriano Correia de Oliveira e Maria da Fé.

É referido que a indústria discográfica ainda era muito incipiente. Lisboa representava 60% das vendas e Porto seguia-se com 25%. Em Lisboa estava centralizada sobretudo na Rua do Carmo com 4 lojas de discos pertencentes ou ligadas às editoras. A maior era a Discoteca Universal de que Arnaldo Trindade possuía uma quota de 65%.

Vendiam-se apenas 2 milhões de discos mas tratava-se de um acréscimo de 12% relativamente  ao ano anterior. O formato preferido era o EP sendo raros os álbuns comercializados (1). Os LPs tinham de ser importados e havia monopólio das duas fábricas de vinil existentes. Era ainda prometida a abertura de uma nova fábrica de vinil por parte da Arnaldo Trindade.

No artigo da revista Record Retailer é focado que não existem tabelas de vendas nem uma publicação especializada. Arnaldo Trindade revelou que seria importante a existência de tabelas e que iriam pedir aos produtores para divulgar semanalmente os discos vendidos. Um dos problemas apontados era o facto das editoras estarem ligadas directamente às lojas de discos.

A Arnaldo Trindade foi a percursora no lançamento de álbuns sendo de destacar os discos de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira ou Pop Five Music Incorporated.

(1) Em breve publicaremos o resumo da Bolsa do Disco promovida pelo suplemento "A Mosca" do Diário de Lisboa com os discos mais vendidos em Lisboa no ano de 1969. No final do ano eram dois lançados dois álbuns de Maria Pereira e a mesma publicação revelava a edição de álbuns por nomes como Filarmónica Fraude, Fernando Tordo, entre outros. Um dos motivos apontados era o sucesso obtido por "Cantares de Andarilho" de José Afonso (Orfeu).

Sucessos dos anos 80

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