quinta-feira, 28 de junho de 2012

Discos de Ouro e Platina têm novos números (2011)


http://www.ifpi.org/content/library/international-award-levels.pdf

Em meados de 2011 foram alterados os critérios de atribuição dos galardões de ouro e platina. Mais uma vez verificou-se uma diminuição do nº de unidades necessárias. Assim:
A partir de 07/07/2011

- Disco de Ouro - 7.500 (em vez de 10.000)
- Disco de Platina - 15.000 (em vez de 20.000)

Mantiveram-se os critérios para videos musicais: 4000 (ouro) / 8000 (platina). Curiosamente a informação da IFPI quanto a singles mantém-se inalterável em relação ao que existia antes: 10.000/20.000.

Estranha-se não ter havido divulgação oficial dessa mudança junto da comunicação social já que passou a vigorar a partir do segundo semestre de 2011 (verificar no fórum da Ukmix) ou seja há um ano!

Também não houve ainda a divulgação dos discos mais vendidos em 2011 embora a IFPI já tenha lançado a publicação com os dados da indústria fonográfica do ano passado. A AFP não divulgou os dados e parece  que não há interesse por parte de quem deveria acompanhar.

Galardões ao longo do tempo

Alterações de critérios na atribuição de discos de prata, ouro ou platina - Portugal (GPPFV, Uneva e AFP - Associação Fonográfica Portuguesa)

//1978//

Álbuns

Disco de Prata - 15.000
Disco de Ouro - 30.000

Singles

Disco de Prata - 30.000
Disco de Ouro - 50.000

http://topdisco.blogspot.pt/2011/12/disco-de-ouro.html

http://topdisco.blogspot.pt/2010/03/vendas-de-discos-1982.html

- A primeira atribuição oficial foi outorgada pela GPPFV (associação fonográfica da altura) que atribuiu os primeiros discos de ouro a Marie Myriam (singles) e aos Gemini (álbuns) em 1977 ou 1978.

//1983-1987//

Álbuns

Disco de Prata - 15.000
Disco de Ouro - 30.000
Disco de Platina - 60.000

Singles

Disco de Prata - 25.000
Disco de Ouro - 50.000
Disco de Platina - 100.000

http://topdisco.blogspot.pt/2010/05/vendas-de-discos-1983.html

- O disco de platina só começou a ser atribuído em 1982/1983. O primeiro álbum de Platina para nomes portugueses foi para "Fado Bailado" de Rão Kyao. Em singles foi para "Quando O Coração Chora" do Duo Romeu e Julieta (Carlos Guilherme e Júlia Gonçalves).
 

//1987//

Álbuns

Disco de Prata - 10.000
Disco de Ouro - 20.000
Disco de Platina - 40.000

Singles

Disco de Prata - 15.000
Disco de Ouro - 30.000
Disco de Platina - 60.000

http://topdisco.blogspot.pt/2010/05/discos-preciosos-galardoes-discos.html

//1989//

(igual para singles e álbuns)

Disco de Prata - 10.000
Disco de Ouro - 20.000
Disco de Platina - 40.000

- a AFP começou em 1989.

- O nº de unidades necessárias para obter galardões passou a ser igual para singles e álbuns em 1989.

http://topdisco.blogspot.pt/2010/04/queda-livre-nos-discos-preciosos.html

//2005//

Álbuns

Disco de Ouro - 10.000
Disco de Platina - 20.000

- A partir de 2005 deixou de haver o galardão de Disco de Prata.

http://topdisco.blogspot.pt/2010/03/discos-de-ouro-e-platina-tem-novos.html

//2011//

Álbuns

Disco de Ouro - 7.500
Disco de Platina - 15.000

http://topdisco.blogspot.pt/2012/06/discos-de-ouro-e-platina-tem-novos.html

Notas:

- O número de unidades necessárias para atribuição de discos de Platina foi sendo alterado ao longo dos anos: (Álbuns) 1978 - 30.000; 1982/3 - 60.000; 1987 - 40.000; 2005 - 20.000; 2011 -15.000 (actual).

- São necessárias menos unidades vendidas para obter galardões no caso de serem discos duplos (2CD ou 2LP) ou triplos (3CD ou 3 LP). Exemplos: "Lisboa" dos Madredeus (3LP, 1992), "Ao Vivo" dos Xutos (3LP, 1988) ou "Mingos & Samurais" de Rui Veloso (2LP, 1990).

- A atribuição de galardões não representa vendas de discos.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Heróis do Mar



O disco "Amor" dos Heróis do Mar foi lançado em Junho de 1982. 30 anos depois a TVI foi falar com os músicos (Pedro Ayres Magalhães, Rui Pregal da Cunha, Paulo Pedro Gonçalves, António José Almeida e Carlos Maria Trindade) mas também com Né Ladeiras (que colabora numa das versões do tema), Tozé Brito e António Pinho (da editora Polygram), José Fortes (Técnico de Som), com o locutor de rádio João Vaz (Rádio Comercial), entre outros.

A canção foi composta em pouco mais de 20 minutos e tratou-se de uma resposta da banda após a fraca adesão ao álbum de estreia e aos problemas porque a banda passou.

O disco acabou por ser um enorme sucesso e o nível de vendas elevado (nos formatos de single e máxi-single) levou à criação do galardão de disco de platina. O galardão atribuído aos Heróis do Mar tem a reprodução dos dois formatos.

O Jornal das 8, do dia 26 de Junho, destacou uma peça sobre a efeméride e no próximo fim de semana voltará a ser recordada na TVI24.

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SITE TVI

Há trinta anos que os portugueses aprenderam a cantar o amor, com um ritmo e uma melodia muito especiais.

A música «Amor» dos Heróis do Mar foi lançada em junho de 1982. Arrebatou uma geração de jovens e não há ninguém hoje em dia que não a conheça.

Transformou-se num clássico e é apontada como um símbolo da viragem na música pop portuguesa que os membros dos Heróis do Mar aceitaram recordar para à TVI.

TVI  - «Amor», a música nasceu há 30 anos

Especial 24 (TVI24)- 30/06/2012 23h00

Em Junho de 1982, o «AMOR» arrebatava uma geração de Portugueses! 30 anos depois, revemos esse tempo, através da música dos Heróis do Mar, que mudou a Pop em Portugal. A banda, conotada por alguns com o antigo regime e a ideologia de extrema direita, compôs em apenas 23 minutos, a canção que funcionou como ponto de viragem na carreira do grupo um marco geracional, obrigando até a indústria discográfica a inventar o galardão de "disco de platina" para premiar as vendas recorde. Três décadas depois, os Heróis do Mar contam-nos a história deste sucesso onde não faltaram polémicas ideológicas, pressões na rádio e na televisão, roupas controversas, poses inovadoras¿ No Especial24, revisitamos esta música histórica, através de uma grande reportagem de José Carlos Araújo, com edição de imagem e sonoplastia de João Pedro Ferreira, e contando, também, com as entrevistas a Jorge Pereirinha Pires, co-autor do documentário "Brava Dança", e Luís Filipe Barros, um dos primeiros radialistas a executar o single na rádio. Sábado, às 23.00, na TVI24.

TVI24

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A desejada consagração popular dos Heróis do Mar veio finalmente com o maxi-single "O Amor" (com a participação de Né Ladeiras), lançado em Julho de 1982: vendeu 120 mil cópias, para não falar das edições piratas (houve, no mínimo, 15 diferentes), obrigando a que se criasse um novo tipo de troféu, o galardão de platina.

Jornal Público, 1992

Nós confrontámo-nos com uma coisa que é perigosa: nós atingimos todas as metas que eram possíveis alcançar em Portugal. Fazeres um videoclip do qual te orgulhes, alcançares o disco de ouro e criares o conceito do disco de platina (que não existia), fazeres um concerto de estádio, seres reconhecido pela crítica internacional. Só que tudo aquilo é inconsequente, porque o que é que fazes logo a seguir? Depois começa a ser tudo difícil e a ferros. Era muito fácil os Heróis do Mar, em vez de terem tido nove anos, terem tido três.

Rui Pregal da Cunha, Voxpop, 29/03/2001


1982. AMOR.

 O primeiro máxi-single da história da industria discográfica portuguesa. O 1º disco de platina atribuído a um artista português. O primeiro vinil português a ser tocado por dj's em clubes e discotecas. Portugal aprendia a dançar.

José P. Pires, Blog Brava Dança , 29/03/2007

quarta-feira, 20 de junho de 2012

AFP com novo site


A AFP mudou de logotipo e renovou o seu site que tinha sido criado em Outubro de 2008.

Esperemos que em breve possa ser colocada informação actualizada sobre o mercado discográfico incluindo os galardões atribuídos (que já existiam na outra versão), as listas de discos mais vendidos e outra informação útil.

Seguem-se comentários encontrados na net aquando do lançamento da versão inicial do site da AFP:


Associação Fonográfica Portuguesa estreia-se na Web

Dêem as boas-vindas ao site da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP). Pois é, desde esta semana que o grupo representante dos interesses das grandes editoras discográficas em Portugal está presente na World Wide Web em www.afp.org.pt. Custou mas foi!

Para além de uma muito útil página de contactos, o site da AFP disponibiliza ainda uma secção de links para as suas associadas – que ao contrário do que se podia à primeira vista pensar, não são apenas as quatro grandes majors; muito pelo contrário, boa parte são empresas nacionais -, uma secção FAQ de perguntas e respostas sobre direitos de autor e legislação aplicável, estatísticas relativas aos discos de ouro e platina e ao mercado discográfico português e uma versão digital do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos.

Interessante também é a secção de notícias onde se pode ler um comunicado emitido pela PassMúsica, “o serviço de licenciamento conjunto da AUDIOGEST e da GDA para a cobrança de Direitos Conexos de música gravada e vídeos musicais” relativo à celebração de um acordo com associações representantes do sector da hotelaria e da restauração de modo a aplicar descontos nas tarifas cobradas no caso de decidirem pagar voluntariamente.

Apesar dos GIFs animados irritantes e do vídeo em modo autoplay que nos surpreende de cada vez que entramos na página inicial, pode-se dizer que o site é informativo quanto baste. A AFP promete manter o seu site tão actualizado quanto possível. Assim o esperamos.

Miguel Caetano, Remixtures,  09/10/2008

(ao) entrarem no site para dar uma vista de olhos, ficam a saber que é aquilo que seria de esperar: uma forma de fazer chegar a mensagem da AFP a mais pessoas. Encontrarão por lá documentação sobre direitos de autor, partilha de ficheiros na Web e música online em que o tom é marcadamente anti-pirataria e afins. Não deixa de ser interessante ficar a conhecer alguns dos argumentos que sustentam a posição da indústria relativamente a esta temática.

Mas os conteúdos do site não se limitam a isto e a secção das estatísticas dá-nos acesso a dados que não são habitualmente fáceis de encontrar relativamente ao mercado português. A nível internacional, têm uns quantos links para documentos e páginas da IFPI que também são interessantes, nomeadamente o que diz respeito ao mercado internacional da música digital.

Também têm os tops e as notícias (ou comunicados de imprensa) da praxe, bem como alguma informação sobre a associação e links para os sites dos associados.

Enfim, não é o mais completo dos sites mas tem algum conteúdo útil. Pessoalmente, gostaria que publicassem estudos mais aprofundados sobre o mercado português mas compreendo a dificuldade. Também era interessante encontrar maneiras de criar maior interactividade com os associados e os próprios visitantes do site mas, mais uma vez, compreendo. Vamos mas é ver com que frequência e como é que o site é actualizado.

Filipe Marques

terça-feira, 19 de junho de 2012

Música e TV

É uma espécie de ‘guerra fria’ esta que opõe as grandes multinacionais às editoras discográficas associadas aos grupos de media em Portugal. No centro estão os fenómenos musicais saídos dos programas de televisão.

A Farol, editora dos D'ZRT, FF ou Patrícia Candoso, pertence à Média Capital, grupo que detém a TVI que transmite precisamente os ‘Morangos com Açúcar’. Já a Som Livre, que edita a Floribella, embora não fazendo parte da SIC, tem uma relação privilegiada com a estação de Carnaxide e um acordo para editar todas as bandas sonoras das telenovelas da Globo transmitidas por aquele canal.

David Ferreira, da editora EMI-Valentim de Carvalho, diz que a Farol "é um exemplo extremo de concorrência desleal". E explica: "A Media Capital exige que as gravações que passam nas novelas estejam automaticamente autorizadas para inclusão nos discos com as bandas sonoras e assim alavancou, através da liderança da TVI, a Farol para uma posição de mercado que esta nunca teria por mérito próprio. Considerando que nos “ecrãs de publicidade a Farol tem acesso a condições não oferecidas a nenhuma outra editora", David Ferreira afirma que aquilo a que se assiste é um crime. “Faço votos para que as autoridades, da Comunicação Social como da Concorrência, dêem passos para o eliminar". Já Tozé Brito, apesar de preferir "não usar o termo desleal", garante que irá ser "pedido um parecer jurídico junto de especialistas na questão da concorrência".

Contactado pelo CM, Tiago Morais Sarmento, da Farol, escusou-se a comentar estas acusações afirmando apenas que "a Farol decidiu trabalhar e desenvolver o catálogo de música portuguesa dando uma oportunidade ao público português de poder ter no mercado boas obras nacionais a preços compatíveis com as suas disponibilidades". O CM tentou também ouvir a editora Som Livre, que não quis prestar declarações.

CM, Miguel Azevedo / Vanessa Fidalgo, 16/09/2006

Há vida para além da TV?

Longe da vista, longe do coração. Chega outro e toma o seu lugar. Este é o ano da Floribella. A cantora/actriz/dançarina, que se revelou num outro programa de televisão, ‘Ídolos’, e que passa o tempo a cantar que não tem nada, ganhou já quase tudo: uma popularidade invejável, o primeiro lugar do top e oito discos de platina (Os D'ZRT já estão em oitavo). Mas até quando? "O mais certo é até durar o programa", afiançam os entendidos. D'ZRT, FF, Tiago, Patrícia Candoso, 4Taste e Floribella. A pergunta impõe-se: afinal, haverá vida para além da televisão?

Para David Ferreira, presidente da editora EMI-Valentim de Carvalho, "estamos perante fenómenos televisivos que invadem a música popular e que dificilmente se conseguem imaginar sem o apoio da televisão". Para Manuel Moura Santos, agente de Rui Veloso, Jorge Palma e Ala dos Namorados, entre outros, estamos perante fenómenos de ‘marketing’ massivamente produzidos. “Não tenho dúvidas que quando terminarem os respectivos programas de televisão, eles morrem. Neste aspecto a máquina pode ser trituradora", diz. "São produtos que nem sequer são inventados pelos seus executantes. A maioria destes jovens não são músicos, não tocam e alguns nem sabem cantar. É tudo feito em estúdio".

A verdade é que só os fenómenos musicais televisivos ligados aos ‘Morangos com Açúcar’ já venderam, até ao momento, cerca de meio milhão de discos. Luís Jardim, produtor musical que já trabalhou com Sting e Bryan Adams, por exemplo, considera que "quem grava um disco por meio de uma telenovela entra pela porta baratucha da música". Por outras palavras, acaba por perder credibilidade. “Este fenómeno já o observei noutros contextos. Lá fora, os cantores fabricados pela televisão não são levados muito a sério", conta. Uma moda? "Claro que sim. Portugal sempre foi um país de modas. Primeiro foram as canções do 25 de Abril, depois as do festival da canção, agora é a vez das músicas das novelas. São coisas momentâneas, que passam rapidamente. Não acredito que daqui a alguns anos o método continue a resultar", conclui.

O tal futuro, que para Tozé Brito, vice-presidente da Associação Fonográfica Portuguesa e presidente da multinacional Universal, poderá não existir para "noventa e nove por cento destes artistas" é precisamente "a parte mais dolorosa da questão". "Criam-se ilusões em jovens que depois não têm hipóteses de singrar. Até mesmo a própria Sara Tavares, um dos poucos casos de sucesso que saiu de um programa de televisão, teve dificuldades em construir carreira. Aliás, só o conseguiu fazer alguns anos depois de ter participado no ‘Chuva de Estrelas’, porque tem uma voz prodigiosa. Isto serve como aviso à navegação: Tenham cuidado porque são pessoas descartáveis", lembra.

Fonte da editora Som Livre, que lançou o disco da Floribella, reconhece que sem o suporte televisão o sucesso da cantora era mais difícil, mas defende que a novela encontrou um nicho e que isso não é crime. "A Floribella apela ao sonho, como um conto de fadas, entra em casa das pessoas e cativa os miúdos que, entretanto, compram o disco para ter a música ao seu alcance a qualquer momento, sem ter de esperar pela hora da novela", diz. Se a banda Floribella vai continuar a ter sucesso depois da série acabar? "Isso só o futuro o dirá!", remata. João Miguel Almeida, da Farol, editora dos sucessos dos 'Morangos com Açúcar' acredita que há vida para além da televisão. "Estes projectos podem perder alguma visibilidade quando terminar a participação nos programas televisivos, mas acho que vão continuar com o sucesso que merecem", diz. "Os D'ZRT e a Patrícia Candoso já saíram dos 'Morangos' e vão fazer mais discos e concertos", exemplifica. Quem parece pouco importado com isso são os miúdos. Se D'ZRT, 4 Taste, FF ou Floribella estão ou não com os dias contados, para já "tanto lhes faz" que sobre eles se digam "coisas boas ou coisas más". Eles são os reis. E uma coisa é certa: quando estes morrerem vêm outros... ou talvez não!

CM, Miguel Azevedo / Vanessa Fidalgo, 16/09/2006

Projectos nascidos na TV tomam de assalto os tops

Dez dias bastaram que disco de Floribella atingisse a tripla platina, correspondente a 60 mil discos vendidos

No país onde só um quinto da música adquirida nas lojas e tocada nas rádios é de origem nacional, a tabela de vendas desta semana da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) é uma séria candidata a 'case study' do ano os três primeiros lugares são detidos por projectos nacional.

Floribella, D'ZRT e FF são os autores de uma proeza que, embora não sendo virgem, raras vezes teve lugar anteriormente. Em comum a todos eles encontra-se, além da juventude dos autores e dos seus destinatários, a origem do projecto a televisão foi o berço das novas caras do estrelato nacional.

Primeiro, com "Morangos com açúcar" - rampa de lançamento dos D'ZRT e de FF - e agora com "Floribella", todos acumularam audiências televisivas tais que a transposição para os discos foi apenas uma questão de tempo.

O êxito, esmagador, surpreendeu até as próprias editoras - fortemente ligadas aos canais televisivos TVI (Farol Música) e SIC (Som Livre) -, mas não calou os críticos, como o músico Luís Varatojo, para os quais o reconhecimento popular apenas se deve "a uma estratégia das televisões no sentido de aumentar a visibilidade dos programas que deram origem a estes artistas".

"Dizer que o sucesso se deve apenas ao marketing não é 100% exacto. Tem que existir sempre uma mistura entre talento e marketing", afirma José Serrão, director da Som Livre, a editora que em apenas 10 dias vendeu 60 mil exemplares de "Floribella".

Director-geral da AFP. Eduardo Simões concorda "Se não existisse uma adequação com o produto original, o acolhimento não seria o mesmo".

"Subprodutos"?

Pela presença lusa significativa no 'top 10' - Tony Carreira e Paulo Gonzo também integram a tabela -, a questão impõe-se será que os portugueses se reconciliaram de vez com a sua música? A opinião não é unânime. Enquanto Luís Varatojo concebe os novos projectos como "subprodutos de telenovelas" e Eduardo Simões lamenta que "outros artistas nacionais com muito talento não obtenham idêntico êxito", há também quem aplauda o fenómeno. É o caso de José Cid, que vê nos novos fenómenos a prova de uma crescente apetência dos portugueses pelas bandas nacionais, "o que durante anos a fio não aconteceu".

O excessivo pendor comercial não preocupa sobremaneira o fundador do Quarteto 1111, que reserva até palavras elogiosas para os D'ZRT "Já os vi num espectáculo e gostei. Como são muito novos, ainda podem evoluir mais".

Depois de, 2005, ter sido o "ano D'ZRT", o estatuto de revelação do momento parece agora estar em vias de ser entregue a "Floribella". E enquanto não chega ao mercado a linha completa de vestuário, a Som Livre apresta-se para lançar um disco com a banda-sonora da novela e um DVD.

"O segredo do sucesso? É uma música que tocou no coração das crianças a partir dos três anos", diz José Serrão.

Sérgio Almeida / JN, 07/07/2006

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