quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vendas de discos 2005

D'ZRT
Discos mais vendidos - 2005

1 - D'ZRT - D'ZRT
2 - Morangos Com Açúcar 2 - Banda Sonora (Farol)
3 - Humanos - Humanos
4 - Escolinha de Música - Escolinha de Música
5 - Morangice - Banda Sonora (Farol)
6 - Adriana Partimpim - Adriana Partimpim
7 - Hopes And Fears - Keane
8 - X & Y - Coldplay
9 - Morangos de Verão Série 2 - Banda Sonora (Farol)
10 - Il Divo - Il Divo
11 - Crazy Hits - Crazy Frog
12 - Transparente - Mariza
13 - Best 1991-2004 - Seal
14 - Anual Mix 2005 Mixed By Dj Fernando - Vários (Vidisco)
15 - Pra Sempre Ao Vivo No Pacaembu - Roberto Carlos
16 - Confessions On A Dance Floor - Madonna
17 - Monkey Business - Black Eyed Peas
18 - Now 11 - Vários
19 - Now 12 - Vários
20 - Rita - Rita Guerra
21 - Ancora - Il Divo
22 - Ninguém Como Tu - Banda Sonora (Farol)
23 - Re-Definições - Da Weasel
24 - Now 13 - Vários
25 - Orbital Mix 2 - Vários (Vidisco)
26 - Best Of Blue - Blue
27 - A Espuma das Canções - Rui Veloso
28 - Roupacústico - Roupa Nova
29 - Intensive Care - Robbie Williams
30 - Vagabundo Por Amor - Tony Carreira
31 - How To Dismantle An Atomic Bomb - U2
32 - Brasilatinidade - Martinho da Vila
33 - Collision Course - Linkin Park
34 - The Massacre - 50 Cent
35 - Back To Bedlam - James Blunt
36 - O Melhor de Rita Lee - Rita Lee
37 - Benfica Campeão Nacional 2004/2005 - Vários
38 - Influências - Beto
39 - Ao Vivo No Coliseu - D'ZRT
40 - Reggaeton Total - Vários (Som Livre/Vidisco)
41 - Ritmo, Amor E Palavras - Boss AC
42 - O Outro Lado - Patricia Candoso
43 - Songs About Jane - Maroon 5
44 - América Nacional - Banda Sonora
45 - Nº1 - Vários (Farol/Warner)
46 - Love Songs (A Compilation Old And New) - Phil Collins
47 - Christmas Songs - Diana Krall
48 - Fijacion Oral - Shakira
49 - Caribe Mix 2005 - Vários (Vidisco)
50 - Discos Pedidos - Vários (Som Livre)

Fonte: AFP

Álbuns em destaque:

--3-Humanos - Humanos (3#1)
--5-Best 1991 - 2004 - Seal (5#1)
Best Of Blue - Blue [#2]
--4-Hopes And Fears - Keane (4#1)
Faluas do Tejo - Madredeus [#2]
--1-Pra Sempre Ao vivo No Pacaembu - Roberto Carlos (1#1)
--1-Avatara - Blsted Mechanism (1#1)
--3-Escolinha de Música - Escolinha de Música (3#1)
Il Divo - Il Divo [#2]
--3-Transparente - Mariza (3#1)
--21-D'ZRT - D'ZRT (21#1)
Roupacústico - Roupa Nova [#2]
--1-X&Y - Coldplay (1#1)
Crazy Hits - Crazy Frog [#2]
Rita - Rita Guerra [#2]
O Melhor de Rita Lee - Rita Lee [#2]
--1-Playing The Angel - Depeche Mode (1#1)
--1-Our Hearts Will Beat As One - David Fonseca (1#1)
--2-Intensive Care - Robbie Williams (2#1)
3-Confessions On A Dance Floor - Madonna
Private Investigations The Very Best Of - Dire Straits & Mark Knopfler [#3]
--1-A Espuma das Canções - Rui Veloso (1#1)
--1-Ancora - Il Divo (1#1)
--1- Ao Vivo No Coliseu - D'ZRT (1#1)

(Discos que ocuparam as primeiras posições entre Janeiro e Dezembro de 2005)

Os portugueses consumiram mais música nacional em 2005. Os dados são da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) e são claros. Mais de metade dos 30 CD mais vendidos em Portugal são de artistas lusófonos e/ou de produção nacional.

À frente da lista estão os D’ZRT que, segundo dados da sua editora, conquistaram seis discos de platina (mais de 120 mil unidades) com o homónimo disco de estreia. A esta proeza – notável numa altura em que o mercado está em recessão – a banda da novela ‘Morangos com Açúcar’ soma ainda mais de 50 mil unidades vendidas com as edições do disco e DVD ‘Ao Vivo’, que ocupa a 26.ª posição na tabela.

A apetência pela música em português em 2005 foi de tal forma que os quatro primeiros lugares do ‘top’ são preenchidos com artistas que cantam na língua de Camões.

RÁDIO NÃO REFLECTE AUMENTO

A preferência do público comprador de discos não foi, no entanto, acompanhada pelas rádios. De acordo com dados da AFP, apenas quatro temas lusófonos e/ou de produção nacional figuram nos 20 mais difundidos pelas emissoras no ano passado. O mesmo número que se havia verificado em 2004. O melhor ‘airplay’ de um tema português foi ‘My Explanation’, dos EZ Special, que conseguiu o segundo lugar da tabela. Mas é preciso descer até à 9.ª posição para encontrar o primeiro título em português: ‘Mais Que Uma Vez’, de João Pedro Pais. Depois, só a brasileira Adriana Calcanhotto, com ‘Fico Assim Sem Você’, na 14.ª posição. Os The Gift, eleitos a Melhor Banda Portuguesa nos prémios europeus de música da MTV, são os restantes (e únicos) representantes nacionais, com um honroso 6.º lugar no ‘top’ dos mais ouvidos em 2005, com ‘Driving You Slow. Estes valores têm por base a ‘escuta’ das principais estações em Portugal, a saber: RDP (Antena 1 e 3), Best FM, Capital, Cidade FM, Festival, Mega FM, Nova Era, Nova, Orbital, Radar, Clube de Matosinhos, Comercial, RFM, Renascença, TSF e 94 FM de Leiria, esta apenas desde Setembro.

OS MELHORES

1.º D’ZRT (‘D’ZRT’)
2.º Humanos (‘Humanos’)
3.º Escolinha de Música (‘Escolinha de Música’)
4.º Adriana Partimpim (‘Adriana Partimpim’)
9.º Mariza (‘Transparente’)
10.º Roberto Carlos (‘Pra Sempre ao Vivo no Pacaembu’)
13.º Rita Guerra (‘Rita’)
15.º Da Weasel (‘Re-Definições’)
16.º Rui Veloso (‘A Espuma das Canções’)
17.º Roupa Nova (‘Roupacústico’)
19.º Tony Carreira (‘Vagabundo por Amor’)
21.º Martinho da Vila (‘Brasilatinidade’)
25.º Beto (‘Influências’)
26.º D’ZRT (‘Ao Vivo no Coliseu’)
27.º Boss AC (‘Ritmo, Amor e Palavras’)
28.º Patrícia Candoso (‘O Outro Lado’)

PÓDIO

D`ZRT - Foram o fenómeno de 2005. Aos perto de 200 mil discos vendidos, a banda dos ‘Morangos com Açúcar’ somou dezenas de espectáculos que levaram ao delírio milhares de adolescentes.

HUMANOS - Mais de 100 mil unidades vendidas (cinco platinas) fizeram de ‘Humanos’ o segundo disco mais popular de 2005. É a prova de como 20 anos após a morte, Variações permanece actual.

ESCOLINHA - Canções populares talhadas à medida do universo infantil valeram à ‘Escolinha de Música’ o terceiro lugar do pódio, com vendas superiores a 40 mil unidades (dupla platina).

Luis F. Silva / Correio da Manhã, 11/01/2006

(Discos que atingiram as primeiras posições entre Janeiro e Dezembro de 2005)

D'ZRT - 6 Platinas; Humanos - 5 platinas; Adriana Partimpim - 4 platinas; O Concerto Acústico - 4 platinas; etc

Músicas mais rodadas não correspondem às vendas...

A música mais passada na rádio portuguesa não corresponde à que mais vende discos, revela um estudo da Nielsen ontem publicado. Na relação com a música portuguesa a discrepância é ainda mais evidente. Comparando as listas dos 20 discos mais tocados com a dos 20 mais vendidos, verificamos que na rádio há apenas três canções nacionais, enquanto nas vendas, oito dos 20 mais populares do ano foram portuguesas (o top 3, de resto, é todo ele "caseiro", com D'ZRT, Humanos e "Escolinha de Música" no topo da tabela). Segundo a Associação Fonográfica Portuguesa, esta "disparidade reforça a necessidade da introdução de quotas", referindo-se assim à nova lei da rádio. O estudo revelou ainda que "She Will Be Loved", dos Maroon 5 foi a canção mais tocada do ano.

Nuno Galopim /DN, 11/01/2006

Com efeito, segundo a AFP, passou-se da venda de 9.068.062 unidades em 2005, gerando uma facturação total de 56.162.358,12 €, para as 3.698.046 unidades e 22.159.046,02 €, na primeira metade de 2006.

(Em 2005) O reportório internacional estava ainda na dianteira mas o mercado das compilações encontrava-se à frente da produção nacional – 28,4% contra 22,2% (26.516.802,47 € sobre 15.947.310,36 €), respectivamente. O reportório nacional atingiu uma facturação de 12.494.952,39€, representando 22,25% do total do mercado de áudio. O reportório clássico apresentou um valor relativo inferior a 2005,com 2,1% e 1.203.292,90 €.

Passemos a uma análise mais fina desdobrando o consumo pelos diversos suportes auditados pela AFP. No período em análise a quebra na venda de singles é acentuada. Se em 2005 o total de vendas ascendeu às 176.367 unidades, no 1º semestre de 2006 baixou drasticamente para as 13.611 unidades – quase 13 vezes menos.

Se em 2005 foram vendidos 8.891.695 álbuns no 1º semestre de 2006 esse número ficou-se pelas 3.684.435 unidades. Figura

Se em 2005 o total de álbuns neste suporte [CD] ascendia às 7.402.063 unidades, no 1º semestre de 2006 somou menos de metade desse valor, ou sejam 3.358.777 unidades.

A tendência de descida surge ainda mais acentuada noutro tipo de suportes, a começar pela cassete musical (MC ou K7).

Este formato assistiu à quebra das suas vendas, entre 2005 e o 1º semestre de 2006, de 625.864 cassetes para 185.245.

O suporte audiófi lo de Super Áudio Compact Disc (SA-CD) viu a sua, já residual, expressão decrescer de 8.630 unidades de 2005 para as 1.333 unidades vendidas até à primeira metade de 2006. A mesma tendência é observável no mesmo período no suporte DVD-Áudio que decresce de 335 para as 67 unidades.

Facto a assinalar, e que contraria este comportamento decrescente, é o ressurgimento do sector do vinil. Segundo os dados da APF durante o ano de 2005 foram vendidas 102 peças de vinil. Ora esse número é ultrapassado logo na primeira metade de 2006 alcançando as 149 unidades. Não obstante, estes valores parecem demasiado baixos para serem verosímeis para a realidade portuguesa.

Passando para a análise do preço médio dos produtos áudio, pode observar-se que o-- baixou de 2005 para o 1º semestre de 2006, de 6,19 € para 5,99 €.

Uma leitura global dos dados relativos às quotas de áudio de 2005 demonstra que a Emi-Valentim de Carvalho esteve à frente das vendas, arrecadando 20,71% de quota de mercado. Em segundo lugar a Universal obteve 17,62%, seguida da Farol com 14,28% e a Sony Bmg detentora de 13,83%. Com quotas de mercado abaixo dos 10% surgem, por ordem decrecrente, a Warner Music (8,49%), Vidisco (8,28%), Som Livre (7,49%), Espacial (4,32%), Ovação (1,26%), Edlp (1,17%), Vc (0,91%) e, por fi m, a Musica Alternativa (0,20%).

Uma abordagem mais pormenorizada demonstra que algumas editoras detêm maior penetração em certos nichos de mercado. O reportório internacional é dominado pela Sony Bmg (26,93% do total de áudio). Em segundo lugar surge a editora Universal (22,06%), em terceiro a EMI-VC com 18,13% e a Warner Music, fica em quarto lugar com 17,76%. A diferença para o quinto lugar é significativa, a editora portuguesa Farol arrecada 5,94% de share. As restantes editoras atingem pesos relativos pouco expressivos.

A mediação da música portuguesa apresenta distribuições de mercado diferentes. A Emi-Vc esteve à frente do reportório nacional em 2005 com 36,38%. A Farol alcançou (15,74%), a Espacial 15,34%, a Universal 9,31%, a Vidisco 8,86% e Zona Música 5,18%. Com valores pouco expressivos a VC 4,08%, Som Livre 2,78%, Ovação 1,52% Musica Alternativa 0,66%, Edlp 0,21%.

Já o reportório clássico foi claramente dominado, em 2005, pela editora Universal, alcançando a maioria dos consumidores 63,57%. Esta hegemonia fez baixar o peso relativo das restantes editoras, a Emi-Vc fi cou-se pelos 19,73%, a Sony Bmg 12,23%, a Warner Music 3,57% e a Edlp com apenas 0,89%.

Por fim, o mercado das compilações foi dominado pela portuguesa Farol (do grupo Media Capital), com 28,07% de quota de mercado. Seguiu-se a editora Som Livre com 19,33%, a Vidisco com 16,17%, a Universal com 13,28% e a Emi-Vc com 12,80%. Com quotas de mercado pouco signifi cativas a Espacial 3,12%, Sony Bmg 3,03%, Ovação 2,57%, Zona Música 0,76%, Edlp 0,57% Musica Alternativa 0,17% e Warner Music 0,14%.

Passemos agora à análise de alguns dos dados disponibilizados pela IGAC. Em 2005 esta instituição do Ministério da Cultura deparou-se com 168 infracções no sector da actividade fonográfica. Note-se que este sector ocupa peso substancial no bolo total das infracções detectadas, representando quase um terço do total, 27,8%. Nestas acções foram apreendidos 52.684 exemplares de cassetes áudio, CD’s, CD-R’s com obras musicais.

A IGAC procedeu ainda ao levantamento de autorização e autenticação de 795 fonogramas,
297 dos quais em 1ª edição e 498 em edições seguintes.

Resumindo, os dados disponíveis relativos ao mercado do áudio indiciam que a procura dos suportes tradicionais se encontra em relativa retracção. Esta quebra dá-se sobretudo no formato de single e no segmento da cassete musical, em crescente desuso. Apesar de o suporte de Compact Disc (CD) acompanhar esta tendência de descida, continua a ocupar um lugar de destaque hegemónico no interior das categorias apontadas pela AFP.

Por seu turno surgem alguns indícios de ressurgimento do suporte de vinil, mas que necessitam de comprovação com a análise de tendências evolutivas nos próximos anos. Denotam-se ainda lacunas e insuficiências no tipo de dados levantados no terreno pelas instituições que tutelam o sector do aúdio, aspecto que poderia ser alvo de uma relativa melhoria. Ficam por conhecer os dados relativos aos downloads de música, legais e ilegais, dificilmente crivados e parametrizados pelas estatísticas oficiais. Tendo em conta que o sector da música em formato de ficheiro digital legal e ilegal se encontra em franca expansão, estes números deverão representar certamente parte significativa dos consumos musicais contemporâneos – práticas sobretudo mais preconizadas por um perfil mais jovem e urbano. Acrescente-se que a pirataria tradicional de produtos de áudio representa importante parcela das irregularidades detectadas pela IGAC.

No plano das editoras, vimos que a diferentes segmentos de mercado correspondem diferentes configurações hierárquicas de quotas de mercado. Assim, as majors dominam sobretudo a produção internacional, casos da Universal e Sony Bmg,lado a lado, com a Emi-VC. Não obstante, o segmento de reportório nacional demonstra especificidades próprias, sendo encabeçado pela Emi-Vc, e por editoras de raiz nacional como a Farol, a Espacial e a esfera das colectâneas é dominada pela portuguesa Farol e pela Som Livre.

Adaptado / Obercom

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