sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vendas de discos 1994

Discos mais vendidos - 1994

1 - Viagens - Pedro Abrunhosa
2 - Music Box - Mariah Carey
3 - Dance Power - Vários (Vidisco)
4 - Cross Road - Bon Jovi
5 - O Espírito da Paz - Madredeus
6 - Electricidade - Vários (Vidisco)
7 - Tutte Storie - Eros Ramazzotti
8 - Happy Nation - Ace Of Base
9 - The One Thing - Michael Bolton
10 - The Cross Of Changes - Enigma

Fonte: AFP

Álbuns em destaque:

Nº1 - Vários (Sony) (5#1)
Top Star 93/94 - Vários (Vidisco) - #2
Get A Grip - Aerosmith - #2
The One Thing - Michael Bolton (2#1)
Variações As Canções de António Variações - Vários - #2
The Cross Of Changes - Enigma - #2
Electricidade - Vários (Vidisco) (6#1)
Canto Gregoriano - Coro de Monjes de Silos - #2
The Division Bell - Pink Floyd (4#1)
Happy Nation - Ace Of Base (4#1)
Filhos da Madrugada - Vários (BMG) - #2
Crash!Boom!Bang! - Roxette - #3
Dance Mania 94 - Vários (Vidisco) (2#1)
Music Box - Mariah Carey (3#1)
Soul Classics - Vários - #3
Sob Escuta - GNR - #2
O Espírito da Paz - Madredeus (2#1)
Dance Power - Vários (Vidisco) (5#1)
Tutte Storie - Eros Ramazzotti - #2 [Nº 1 em 1993]
Nº1 - Vários (EMI) - #3
Maxi Power - Vários (Polystar) - #3
Viagens - Pedro Abrunhosa (4#1)
The 3 Tenors In Concert - Pavarotti/Carreras/Domingo - #3
16 Top World Charts 94 - Vários (Vidisco) (2#1)
Monster - R.E.M. - #3
Cross Road - Bon Jovi (6#1)
Gabriel O Pensador - Gabriel O Pensador - #3
Bedtime Stories - Madonna - #2
Youthanasia - Megadeth - #3
Unplugged In New York - Nirvana (3#1)
Los Picapiedra Mix - Vários (Vidisco) - #2
Vitalogy - Pearl Jam - #4
Supermix 9 - Vários (Vidisco) (2#1)
Biografia do Fado - Vários (EMI) - #3

++
Toda a ocasião é boa para Pedro Abrunhosa e os seus Bandemónio fazerem a farra e promoverem-se um pouco mais, sobretudo se for para receber troféus da indústria fonográfica. Assim, três dias depois do álbum «Viagens» ter dado origem a festa molhada na Praia Grande, por ter atingido o galardão de prata, o grupo foi informado que o disco em causa chegara às 20 mil unidades vendidas, dando assim origem à entrega de novo prémio, desta feita em ouro. Vai daí volta tudo à praia, desta feita à da Luz, no Porto, no próximo dia 21. Não lhe dizemos a hora, para o obrigar a

Publico, 1994

Associação Fonográfica Portuguesa divulga números do mercado da música

Ganhou-se mais, vendeu-se menos?

Quase dez mil e quinhentos contos de facturação total é a cifra avançada para 1994 pelas companhias discográficas reunidas na Associação Fonográfica Portuguesa (AFP). Deste total pouco menos de um quarto (2.251.593 contos) foram fonogramas de reportório nacional). Mas se em termos de facturação total a quota do mercado português representado pela AFP não cresceu mais de 15 por cento, em relação a 1993, já a parte do reportório português subiu na ordem dos 80 por cento.

Em 1994 vendeu-se, por consequência, mais música portuguesa em Portugal, embora a produção nacional continue a desempenhar um lugar secundário nos gostos locais se comparada com a produção estrangeira. Estas ilações devem, porém, ser relativizadas. A AFP reúne companhias que tanto produzem música portuguesa como licenciam e representam catálogos estrangeiros, sendo as multinacionais que estão em maioria nessa associação. Deve então dizer-se que as multinacionais conseguiram vender mais música portuguesa, mas não o bastante para fazer sombra às super-estrelas internacionais.

A questão da facturação total, por outro lado, tem de ser considerada em função da entrada recente das independentes Vidisco, Strauss, MVM e reentrada na Edisom no «clube» AFP. O bolo global cresceu na ordem dos 15 por cento. Ora só a Vidisco aparece com quase 14 por cento da facturação global, e se lhe adicionarmos as parcelas das outras pequenas companhias supracitadas, o total sobe quase aos 2O por cento. O que leva a pensar que, ao contrário do que os números à primeira vista indicam, não se vendeu mais música em 1994, provavelmente até se vendeu menos no espectro de mercado constituído pelas multinacionais.

Outra leitura é que se vendeu de facto mais em termos de facturação global, só que esse crescimento foi quase exclusivamente para a Vidisco -- o que é admissível quando esta companhia lança «europop», a grande moda do momento --, ao ponto de determinar quedas de vendas vertiginosas em algumas das suas congéneres multinacionais. É neste sentido que, de resto, aponta a lista de atribuição de galardões por editora, onde entre prata, ouro e platina a Vidisco arrecadou 49 troféus, mais uma dezena que a EMI-Valentim de Carvalho. Compilações de «megamixes» de música de dança europeia como «Electricidade» e «Dance Mania 94» vingaram nos «top» da AFP em 1994, tendo como único concorrente de força as colectâneas das multinacionais intituladas «Nº1».

Mas, seja qual for a companhia que mais facturou, foi sobretudo no formato CD que se vendeu música. O disco compacto subiu de uma percentagem de 52.50 no mercado português em 1993 para 59.10 em 1994. Este crescimento da implantação do CD fez-se à custa de todos os outros formatos, e mesmo a tradicional cassete tende a perder popularidade de ano para ano: tinha mais de 46 por cento em 1992, enquanto em 1994 se ficou pelos 40. 30. Estes dados vêm baralhar ainda mais a evolução dos suportes musicais no nosso país, uma vez que os CD são em geral mais caros do que as cassetes. Portanto, a facturação cresceu sem que necessariamente se vendessem mais unidades.

Luís Maio / Público, 07/02/1995

Lemos com espanto o artigo que o sr. Luís Maio fez publicar no passado dia 7 sob o título «Associação Fonográfica Portuguesa divulga números do mercado da música -- Ganhou-se mais, vendeu-se menos?»

Não se deve tal espanto ao facto de serem inéditos da parte do sr. Maio quer as inexactidões quer os sinais de antipatia em relação à EMI-Valentim de Carvalho. O que nunca imaginámos foi que este comportamento o pudesse levar tão longe. E muito menos num jornal com a categoria do PÚBLICO.

Aceitamos que o início do artigo se deverá a uma gralha tipográfica. De facto, venderam-se quase dez milhões e quinhentos mil contos no mercado e não «dez mil e quinhentos contos», como aí se escreve. O problema grave reside nos disparates e omissões que se seguem e, pior ainda, na forma como aqueles são ordenados, criando uma visão distorcida da realidade.

Comecemos pelos disparates:

-- Diz o sr. Maio que «a questão da facturação (...) tem de ser considerada em função da entrada recente das independentes Vidisco, Strauss, MVM e reentrada (da) Edisom no `clube' AFP». (A referência a «clube» não comentamos: mas já ouvimos isto em qualquer lado.) Concluirá o leitor que as referidas editoras foram consideradas em 1994 e não no ano anterior. Nada mais falso: a Vidisco e a MVM constam da informação de mercado da AFP de 1993; e a Strauss e a Edisom perfazem, no seu conjunto, 1,37 por cento do mercado total em 94, sendo que a Edisom já tinha contribuído para 1,35 por cento do mercado em 93. Ou seja: em lugar de se considerarem «quase (...) 20 por cento» para eventualmente deduzir aos números de 94, seria necessário deduzir 0,02 por cento. O que é bastante diferente.

-- Decorrendo do disparate anterior e agravado pela pouca disponibilidade para fazer contas, diz-nos o sr. Maio que «não se vendeu mais música, em 1994, provavelmente até se vendeu menos no espectro de mercado constituído pelas multinacionais». A revelação é assombrosa: a facturação total das chamadas «multinacionais» foi de 8 milhões, 432 mil contos em 1994, quando tinha sido de 7 milhões, 315 mil contos em 93. É isto menos?! Ou será um aumento de 15,8 por cento?!

-- Não ficamos por aqui: o sr. Maio descobriu que o «crescimento foi quase exclusivamente para a Vidisco (...), ao ponto de determinar quedas de vendas vertiginosas em algumas das suas congéneres multinacionais». Acontece que, na informação da AFP, todas as tais «multinacionais» cresceram: no mínimo, 7,9 por cento; no máximo, 21,9 por cento -- e foi este o caso da EMI-Valentim de Carvalho. Serão «piratas» os «Números de Mercado» que o sr. Maio recebeu?

-- Último disparate que detectei (mas, como o artigo é pródigo na matéria, não juro que me não tenha escapado algum): «A facturação cresceu, sem que necessariamente se vendessem mais unidades.» A realidade é que, mesmo em unidades, o mercado cresceu 12,9 por cento, o que é notável para um ano como 1994 e demonstra a vitalidade duma indústria que o sr. Maio pinta em cores tão sombrias.

Vamos agora às omissões:

-- Por espantoso que isto possa parecer, o sr. Maio não publica o «ranking» das editoras, nem no mercado total, nem na música portuguesa, nem na música clássica, embora tivesse acesso a toda a informação relativa a esta matéria. Porquê? Que se pretende esconder? Que a EMI-Valentim de Carvalho é líder há cinco anos ininterruptos? Que a EMI-Valentim de Carvalho lidera, sempre destacada, o mercado de música portuguesa? Que a Polygram lidera, como sempre, a música clássica e regista na música portuguesa um aumento de facturação de 184,1 por cento? Que a EMI-Valentim de Carvalho consegue na música clássica um aumento de facturação de 243,9 por cento?

É que o argumento de que o sr. Maio se possa não interessar por «rankings» não convenceria ninguém, uma vez que o artigo em apreço não deixa de revelar que, no campo dos Discos de Prata, Ouro e Platina, «a Vidisco arrecadou 49 troféus, mais uma dezena que a EMI-Valentim de Carvalho».

Esta informação, aliás, é -- para variar -- correcta e o dinamismo da Vidisco assim como o seu notável crescimento só podem merecer o nosso aplauso.

Simplesmente, os referidos «troféus» são como os golos num desporto qualquer e ninguém imagina que o balanço dum campeonato se fique pela menção do ataque mais realizador, omitindo o nome do campeão e dos que se lhe seguem.

Qual a visão que se cria da realidade, nesta sequência de disparates, omissões e umas poucas verdades isoladas do contexto? Que o mercado estagnou. Que houve multinacionais que desceram vertiginosamente. E que a EMI-Valentim de Carvalho só deu nas vistas com um modesto segundo lugar nos Discos de Platina, Ouro e Prata.

A verdade é outra; o mercado cresceu muito (19,2 por cento), encontrámos concorrentes competentes e aguerridos e mesmo assim crescemos mais do que o mercado e reforçámos a nossa liderança. Não será, pois, difícil entender a nossa indignação. Liderar um mercado em expansão é uma tarefa difícil, que tem exigido de todos nós uma dedicação permanente aos nossos artistas e clientes -- um trabalho bastante mais duro, aliás, do que aquele que teria bastado ao senhor Maio para não escrever semelhante chorrilho de asneiras! E até achamos que o mínimo que mereceríamos era o reconhecimento dos frutos do nosso esforço ou, pelo menos, que se não publicassem tão grosseiras distorções da realidade demonstrada pelos documentos a que o sr. Maio se reporta.

E se isto é pedir de mais, então desafiamos desde já a secção de desporto do PÚBLICO: que tal passar a alterar ou omitir os resultados dos jogos e os nomes dos vencedores sempre que estes não forem da simpatia do jornalista?

David Ferreira (Administrador da EMI-Valentim de Carvalho), 17/02/1995

Resposta a David Ferreira

Por falta de espaço e para não tornar o artigo demasiado técnico, não por antipatia para com a EMI-Valentim de Carvalho, dispensei-me de comentar a sua quota de 21,3 por cento na facturação registada em 1994 pela AFP. David Ferreira faz muito luxo nisso, eu penso que era melhor estar calado. Passo a explicar:

(i) Omissão. No primeiro semestre de 1991, a EMI-VC tinha 24 por cento da facturação total. Em 93, essa fatia desceu para os 20,82 por cento, registando no ano passado um subida que classifico de insignificante, pois ascende a meio ponto percentual. Mais significante é que continua muito abaixo da quota de 91.

(ii) Omissão. A queda verificada em 93, de que ainda não recuperou, coincidiu com a perda de quotas de mercado das multinacionais em favor da Vidisco, que entrou em jogo com 11,26 por cento. Em 94, esse número subiu para 13,86, ou seja, foi um crescimento muito maior que o da EMI-VC.

(iii) Mentira. Confesso-me um curioso nesta matéria, admito dizer disparates. Mas David é um perito, portanto mente quando declara que todas as multinacionais aumentaram as suas quotas no mercado português em 1994. A Sony desceu de 15,36% em 93 para 14,97% em 94, enquanto a Polygram caiu de 20,41% para 18,48%, e a Warner de 11,57% para 10,65%.

(iv) Mentira ou omissão? David diz que a EMI-VC lidera o mercado da música portuguesa. Mas não relativiza essa liderança à AFP. A verdade é que, para mal dos nossos pecados, o top de música portuguesa reunindo todas as editoras em 1994 foi liderado pela Discossete, nomeadamente com Quim Barreiros, e pela Movieplay com Dulce Pontes e Frei Hermano da Câmara.

(v) Omissão. A EMI-VC atingiu 21,3% da facturação em 1994. Mas será um número para se orgulhar, atendendo à compra da Virgin (antes Edisom) pela EMI? A Edisom em 91 tinha 10,10% do mercado português (cifra sobretudo alcançada pelo catálogo Virgin) e a EMI-VC tinha 24%. Calculando por alto o somatório das duas coisas, a EMI-VC deveria agora ter mais de 30% da facturação, mas a verdade é que tem pouco mais de 20%. Não será uma vitória com sabor a derrota?

Luís Maio, 17/02/1995

Na contra-resposta à carta de David Ferreira, administrador da EMI-VC, sobre os números do mercado da música em 1994, escreveu-se que parte das multinacionais instaladas em Portugal baixaram a sua quota de mercado nesse ano (PÚBLICO, 17/02/95). É verdade, mas David Ferreira argumentava que, apesar disso, a facturação de tais companhias aumentou nesse ano, o que é igualmente verdadeiro. Houve assim uma confusão entre quotas de mercado e facturação que torna injustificado que o tenhamos classificado de mentiroso. As nossas desculpas.

Luís Maio, 18/03/1995

[Colocamos aqui esta troca de palavras, já de 1995, entre o jornalista Luís Maio e David Ferreira da EMI apenas para se tentar perceber o ponto de situação nessa altura e as diferentes interpretações que pode haver dos mesmos dados]

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