sexta-feira, 4 de março de 2011

O ano de 1969

1969 foi marcado pela investigação que as Actividades Económicas conduziram contra o Mercado Discográfico, acusado de manter os preços artificialmente altos.

Texto de David Ferreira sobre Com Que Voz de Amália

No site sobre Arnaldo Trindade estão disponíveis dois recortes de 1969: revista Record Retailer de 13/12/1969 e revista Billboard de de 20/12/1969. O motivo foi a primeira convenção realizada pela empresa que incluiu a presença de artistas da editora Pye (Foundations, Consortium e Long John Baldry) e os portugueses Tonicha, Adriano Correia de Oliveira e Maria da Fé.

É referido que a indústria discográfica ainda era muito incipiente. Lisboa representava 60% das vendas e Porto seguia-se com 25%. Em Lisboa estava centralizada sobretudo na Rua do Carmo com 4 lojas de discos pertencentes ou ligadas às editoras. A maior era a Discoteca Universal de que Arnaldo Trindade possuía uma quota de 65%.

Vendiam-se apenas 2 milhões de discos mas tratava-se de um acréscimo de 12% relativamente  ao ano anterior. O formato preferido era o EP sendo raros os álbuns comercializados (1). Os LPs tinham de ser importados e havia monopólio das duas fábricas de vinil existentes. Era ainda prometida a abertura de uma nova fábrica de vinil por parte da Arnaldo Trindade.

No artigo da revista Record Retailer é focado que não existem tabelas de vendas nem uma publicação especializada. Arnaldo Trindade revelou que seria importante a existência de tabelas e que iriam pedir aos produtores para divulgar semanalmente os discos vendidos. Um dos problemas apontados era o facto das editoras estarem ligadas directamente às lojas de discos.

A Arnaldo Trindade foi a percursora no lançamento de álbuns sendo de destacar os discos de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira ou Pop Five Music Incorporated.

(1) Em breve publicaremos o resumo da Bolsa do Disco promovida pelo suplemento "A Mosca" do Diário de Lisboa com os discos mais vendidos em Lisboa no ano de 1969. No final do ano eram dois lançados dois álbuns de Maria Pereira e a mesma publicação revelava a edição de álbuns por nomes como Filarmónica Fraude, Fernando Tordo, entre outros. Um dos motivos apontados era o sucesso obtido por "Cantares de Andarilho" de José Afonso (Orfeu).

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